segunda-feira, 13 de maio de 2013

Modelo de Gilly Salmon




O modelo de Gilly Salmon, é usado para as tutorias Online em ambientes de b-learning, devido à sua atualidade, pertinência e adaptabilidade.
Antes de passarmos a caraterizar o modelo, parece-nos pertinente, definir o conceito “tutoria Online” na perspetiva da autora, Salmon (2001) é “uma função que envolve a criação, o desenvolvimento/acompanhamento e avaliação de um processo de interação e de ensino-aprendizagem, que decorre através da plataforma de EAD” (in Pessoa, 2013).
O referido modelo teórico, fundamentado em várias investigações é composto por cinco fases, sendo dada uma grande importância à interatividade crescente ao longo das etapas. Este modelo, revela uma autonomia medrante dos formandos na construção dos seus conhecimentos e, recomenda um acompanhamento constante por parte do formador/professor.
A primeira fase deste modelo é o acesso e motivação (acesso individual ao sistema), aqui deve-se dar os contactos aos formandos, dar-lhes as boas vindas e encorajá-los, tentando assim, evitar desistências durante o curso. Esta fase é mais de cariz técnico e de inserção tecnológica.
Passando à segunda fase, da socialização Online (interação com os outros e identidade online), esta diz-nos que é importante trocar mensagens entre os formandos e os formadores/professores (formadores/professores-formandos [e vice-versa] e formandos-formandos), levando isto, a uma melhor adaptação das pessoas ao ambiente da plataforma, pois irão recorrer às várias ferramentas que esta dispõe (fóruns, chat’s, wikis, entre outras).
De seguida, temos a troca de informação (por iniciativa própria ou de outrem), que se refere à terceira fase. Aqui há um incentivo à procura de outros materiais de aprendizagem, para tal, devem ser criadas atividades adequadas (por exemplo, um fórum de discussão acerca de um determinado assunto) e o formador/professor, deve de motivar constantemente os formandos a participar e, dar-lhes feedback acerca da pertinência e adequação dos materiais pesquisados por eles (e dos comentários que façam em resultado dos materiais pesquisados) e, sobre a sua participação na plataforma.
Passando à quarta fase, a da construção do conhecimento (discussões com base nos conteúdos), tem a ver com a síntese de ideias-chave e da produção de conhecimentos. Para que isto suceda é necessário que haja compreensão e respeito por parte de todos (formandos e formadores/professores) e, que o formador/professor motive os formandos a procurar respostas com base nos conteúdos pesquisados.
Por último, temos a quinta fase, do desenvolvimento pessoal (reflexão global), que defende uma análise reflexiva sobre a experiência na plataforma e uma avaliação dos resultados (como formando, como membro do grupo em formação, como membro do grupo profissional), ou seja, há uma reflexão sobre as transferências de aprendizagem. Segundo Meirinhos e Osório (s/d) nesta fase, “os elementos do grupo tornam-se responsáveis pela sua própria aprendizagem. É uma etapa dominada pela criatividade, pela crítica, pela autorreflexão e pela verdadeira aprendizagem em grupo” (p.5).
Citando Trindade (2009), o “modelo de aprendizagem da autora Gilly Salmon, enquadra-se no modelo de aprendizagem colaborativa, porém a autora quis designar as etapas a serem seguidas num modelo de aprendizagem colaborativa Online” (p.46).




Tal como em tudo, os sistemas de ensino-aprendizagem Online para além das vantagens, também têm desvantagens. Pois o que pode ser vantagem para as ferramentas assíncronas, poderá ser uma desvantagem para as ferramentas síncronas. Sendo por isso, pertinente uma análise das experiências formativas, para assim, se tomar as decisões mais adequadas no que concerne às ferramentas que se devem usar.
Passaremos agora as falar das vantagens e desvantagens das ferramentas assíncronas e síncronas, na ótica de Pessoa, Barreira, Santos & Póvoa (2008).
Segundo os autores acima citados, as vantagens das ferramentas assíncronas (por exemplo, um fórum) são:
      Ä A presença e participação é obrigatória para todos os participantes/formandos;
          Ä O acesso à “plataforma” é no momento mais adequado a cada participante/formando e não é simultâneo para todos;
      Ä Sempre que se pretender poderá ver-se as mensagens deixadas anteriormente, pois o software guarda as mensagens registadas, apanhando-se assim, o “fio condutor” da discussão, ou seja, se o participante/formando não conseguir ir num dia à “plataforma” no dia a seguir consegue ver as mensagens deixadas;
            Ä A reflexão prudente e fundamentada, antes das atividades ocorrerem é mais viável;
      Ä Permitem fazer um rewind das discussões e apagar mensagens inoportunas.
        Ä Controlo das intervenções dos participantes/formandos, mais facilitada para os e-formadores;
       Ä Mesmo que, o software falhe, a atividade poderá ser realizada num momento posterior;
            Ä “Ausência das pistas paralinguísticas, que na maioria das vezes permitem uma melhor interpretação da mensagem que recebemos” (p. 11).
Passando às desvantagens das ferramentas assíncronas, referenciadas também, pelos mesmos autores, estas são:
            Ä O e-formador, pode esquecer-se de dar o feedback;
            Ä O software pode falhar;
            Ä O participante/formando pode-se sentir desmotivado para participar, pelo facto de não dominar os conteúdos e não ter competências técnicas para enviar e ler mensagens ou até mesmo, ter dificuldades na leitura e escrita.
Passando agora para as ferramentas síncronas (como por exemplo, um chat), as suas vantagens, segundo os mesmos autores são:
          Ä As intervenções dos participantes/formandos têm feedback imediato por parte dos e-formadores;
     Ä A presença e participação é obrigatória para todos os participantes/formandos.
Por último, temos as desvantagens das ferramentas síncronas, que segundo os autores citados anteriormente são:
       Ä O acesso à plataforma tem de ser ao mesmo tempo para todos os participantes/formandos;
          Ä O software pode falhar;
        Ä Quando o software falha, não se consegue desenvolver as atividades;
        Ä A reflexão prudente e fundamentada, antes das atividades ocorrerem não é tão viável como nas assíncronas;
       Ä O participante/formando pode-se sentir desmotivado para participar, pelo facto de não dominar os conteúdos e não ter competências técnicas para enviar e ler mensagens ou até mesmo, ter dificuldades na leitura e escrita;
    Ä O e-formador tem mais dificuldade em controlar as intervenções dos participantes/formandos, visto que tudo ocorre em “direto”, o que é mais difícil de se redirecionar para o grupo.
Como podemos ver tanto as ferramentas assíncronas como as síncronas, têm vantagens e desvantagens, não têm somente vantagens, mas não existem ambientes perfeitos, e isto acontece tanto no mundo virtual como no presencial.

Ÿ Meirinhos, M. & Osório, A. (s/d). Modelos de aprendizagem em ambientes virtuais. Disponível em: https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/399/1/Comuni_Modelos_M_O.pdf  ð consultado a 12 de março de 2013.
Ÿ Pessoa, T., Barreira, C., Santos, T. & Póvoa, L. (2008). A tutoria online. Colóquio sobre Questões Curriculares. Florianopolis.
Ÿ Ruipérez, G., Castrillo, M. & Cabrero, J. (2006). Implantación del “five-step model” de G. Salmon en la creación de cursos virtuales: descripción metodológica y algunas conclusiones de varios estudios de caso de la uned. Revista de Lingüística y Lenguas Aplicadas, 1, 73-85.
Ÿ Salmon, G. (2001). E-moderating: The key to teaching and learning online. London: KoganPage.
Ÿ Trindade, A. (2009). Os modelos pedagógicos em contexto de educação à distância: como definir os objetivos de aprendizagem?. Lisboa: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação – Tese de mestrado.


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