O modelo de Gilly Salmon, é usado
para as tutorias Online em ambientes de b-learning, devido à sua atualidade,
pertinência e adaptabilidade.
Antes de passarmos a caraterizar o
modelo, parece-nos pertinente, definir o conceito “tutoria Online” na
perspetiva da autora, Salmon (2001) é “uma função que envolve a criação, o
desenvolvimento/acompanhamento e avaliação de um processo de interação e de
ensino-aprendizagem, que decorre através da plataforma de EAD” (in Pessoa, 2013).
O referido modelo teórico,
fundamentado em várias investigações é composto por cinco fases, sendo dada uma
grande importância à interatividade crescente ao longo das etapas. Este modelo,
revela uma autonomia medrante dos formandos na construção dos seus
conhecimentos e, recomenda um acompanhamento constante por parte do formador/professor.
A primeira fase deste modelo é o acesso e motivação (acesso individual
ao sistema), aqui deve-se dar os contactos aos formandos, dar-lhes as boas
vindas e encorajá-los, tentando assim, evitar desistências durante o curso. Esta
fase é mais de cariz técnico e de inserção tecnológica.
Passando à segunda fase, da socialização Online (interação com os
outros e identidade online), esta diz-nos que é importante trocar mensagens
entre os formandos e os formadores/professores (formadores/professores-formandos
[e vice-versa] e formandos-formandos), levando isto, a uma melhor adaptação das
pessoas ao ambiente da plataforma, pois irão recorrer às várias ferramentas que
esta dispõe (fóruns, chat’s, wikis, entre outras).
De seguida, temos a troca de informação (por iniciativa
própria ou de outrem), que se refere à terceira fase. Aqui há um incentivo à
procura de outros materiais de aprendizagem, para tal, devem ser criadas
atividades adequadas (por exemplo, um fórum de discussão acerca de um
determinado assunto) e o formador/professor, deve de motivar constantemente os
formandos a participar e, dar-lhes feedback acerca da pertinência e adequação
dos materiais pesquisados por eles (e dos comentários que façam em resultado
dos materiais pesquisados) e, sobre a sua participação na plataforma.
Passando à quarta fase, a da construção do conhecimento (discussões
com base nos conteúdos), tem a ver com a síntese de ideias-chave e da produção
de conhecimentos. Para que isto suceda é necessário que haja compreensão e
respeito por parte de todos (formandos e formadores/professores) e, que o
formador/professor motive os formandos a procurar respostas com base nos
conteúdos pesquisados.
Por
último, temos a quinta fase, do desenvolvimento
pessoal (reflexão global), que defende uma análise reflexiva sobre a
experiência na plataforma e uma avaliação dos resultados (como formando, como
membro do grupo em formação, como membro do grupo profissional), ou seja, há
uma reflexão sobre as transferências de aprendizagem. Segundo Meirinhos e
Osório (s/d) nesta fase, “os elementos do grupo tornam-se responsáveis pela sua
própria aprendizagem. É uma etapa dominada pela criatividade, pela crítica,
pela autorreflexão e pela verdadeira aprendizagem em grupo” (p.5).
Citando Trindade (2009), o “modelo de aprendizagem da
autora Gilly Salmon, enquadra-se no modelo de aprendizagem colaborativa, porém
a autora quis designar as etapas a serem seguidas num modelo de aprendizagem
colaborativa Online” (p.46).
Tal como em tudo, os sistemas de ensino-aprendizagem
Online para além das vantagens, também têm desvantagens. Pois o que pode ser
vantagem para as ferramentas assíncronas, poderá ser uma desvantagem para as
ferramentas síncronas. Sendo por isso, pertinente uma análise das experiências
formativas, para assim, se tomar as decisões mais adequadas no que concerne às
ferramentas que se devem usar.
Passaremos agora as falar das vantagens e
desvantagens das ferramentas assíncronas e síncronas, na ótica de Pessoa,
Barreira, Santos & Póvoa (2008).
Segundo os autores acima citados, as vantagens
das ferramentas assíncronas (por exemplo, um fórum) são:
Ä A
presença e participação é obrigatória para todos os participantes/formandos;
Ä O
acesso à “plataforma” é no momento mais adequado a cada participante/formando e
não é simultâneo para todos;
Ä Sempre
que se pretender poderá ver-se as mensagens deixadas anteriormente, pois o
software guarda as mensagens registadas, apanhando-se assim, o “fio condutor”
da discussão, ou seja, se o participante/formando não conseguir ir num dia à
“plataforma” no dia a seguir consegue ver as mensagens deixadas;
Ä A
reflexão prudente e fundamentada, antes das atividades ocorrerem é mais viável;
Ä Permitem fazer um rewind das discussões e apagar mensagens
inoportunas.
Ä Controlo das intervenções dos
participantes/formandos, mais facilitada para os e-formadores;
Ä Mesmo que, o software falhe, a
atividade poderá ser realizada num momento posterior;
Ä “Ausência das pistas
paralinguísticas, que na maioria das vezes permitem uma melhor interpretação da
mensagem que recebemos” (p. 11).
Passando
às desvantagens das ferramentas
assíncronas, referenciadas também, pelos mesmos autores, estas são:
Ä O e-formador, pode esquecer-se
de dar o feedback;
Ä O software pode falhar;
Ä O participante/formando pode-se
sentir desmotivado para participar, pelo facto de não dominar os conteúdos e não
ter competências técnicas para enviar e ler mensagens ou até mesmo, ter
dificuldades na leitura e escrita.
Passando
agora para as ferramentas síncronas
(como por exemplo, um chat), as suas vantagens,
segundo os mesmos autores são:
Ä As intervenções dos
participantes/formandos têm feedback imediato por parte dos e-formadores;
Ä A presença e participação é obrigatória para todos
os participantes/formandos.
Por último, temos as desvantagens das ferramentas
síncronas, que segundo os autores citados anteriormente são:
Ä O
acesso à plataforma tem de ser ao mesmo tempo para todos os
participantes/formandos;
Ä O software pode falhar;
Ä Quando o software falha, não se
consegue desenvolver as atividades;
Ä A
reflexão prudente e fundamentada, antes das atividades ocorrerem não é tão viável
como nas assíncronas;
Ä O participante/formando pode-se sentir desmotivado
para participar, pelo facto de não dominar os conteúdos e não ter competências
técnicas para enviar e ler mensagens ou até mesmo, ter dificuldades na leitura
e escrita;
Ä O
e-formador tem mais dificuldade em controlar as intervenções dos
participantes/formandos, visto que tudo ocorre em “direto”, o que é mais
difícil de se redirecionar para o grupo.
Como podemos ver tanto as ferramentas assíncronas
como as síncronas, têm vantagens e desvantagens, não têm somente vantagens, mas
não existem ambientes perfeitos, e isto acontece tanto no mundo virtual como no
presencial.
Meirinhos, M. & Osório, A. (s/d). Modelos de aprendizagem em ambientes
virtuais. Disponível em: https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/399/1/Comuni_Modelos_M_O.pdf ð
consultado a 12 de março de 2013.
Pessoa, T., Barreira, C., Santos, T. & Póvoa, L. (2008).
A tutoria online. Colóquio sobre Questões
Curriculares. Florianopolis.
Ruipérez, G., Castrillo, M. & Cabrero, J.
(2006). Implantación
del “five-step model” de G. Salmon en la creación de cursos virtuales:
descripción metodológica y algunas conclusiones de varios estudios de caso de
la uned. Revista de Lingüística y Lenguas Aplicadas, 1, 73-85.
Salmon, G. (2001). E-moderating: The key to
teaching and learning online. London: KoganPage.
Trindade, A. (2009). Os modelos pedagógicos em contexto de
educação à distância: como definir os objetivos de aprendizagem?. Lisboa:
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação – Tese de mestrado.
http://comunicacaomediadaporcomputador.blogspot.pt/2007/12/o-modelo-de-e-moderador-de-gilly-salmon_8891.html
ð
consultado a 12 de março de 2013.


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